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 CÂNDIDO MARIANO DA SILVA RONDON

   

 

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PATRONO DAS COMUNICAÇÕES NO BRASIL

 

CÂNDIDO MARIANO DA SILVA RONDON

 

Nasceu a 5 de maio de 1865, em Mimoso, Estado do Mato Grosso. Pelo lado materno, descendia de índios terena e bororó, e de portugueses, espanhóis e índios guanás pelo lado paterno.

 

Aos dois anos perdeu os pais, ficando sua educação a cargo de um tio.

Após o curso primário, em 1879, matriculou-se na Escola Normal de Cuiabá. Em 1881, aos 16 anos de idade, completou o curso com distinção. Ingressou no Regimento de Cavalaria, em Cuibá e decidiu ir para o Rio de Janeiro, para prosseguir seus estudos na Escola Militar.

 

Depois de vencer dificuldades de saúde e outras, saiu classificado em 1º lugar da Escola Superior de Guerra com o título de Engenheiro Militar e o diploma de bacharel em Matemática e Ciências Físicas e Naturais. Foi então servir na Comissão Construtora da Linha Telegráfica de Cuiabá ao Araguaia, e assim iniciou suas atividades de sertanista.

 

Começando pelo 16º Distrito Telegráfico de Mato Grosso (1892), Rondon chefiaria, depois, a Comissão encarregada da construção da linha telegráfica de Cuiabá ao Araguaia (1897), a Comissão das linhas telegráficas do Estado do Mato Grosso (1900) e a Comissão construtora das linhas telegráficas de Mato Grosso ao Amazonas, mais tarde conhecida e famosa como “Comissão Rondon” (1907), a qual faria a ligação do remoto Território do Acre ao circuíto telegráfico nacional.

 

A construção de linhas telegráficas exigia trabalho penoso e abnegado, desbastando a mata virgem, fazendo postes com as árvores derrubadas, explorando regiões desconhecidas, fazendo medições e cálculos, limpando o terreno, transportando com enorme esforço diversos materiais e equipamentos, e sobretudo enfrentando um clima adverso, doenças tropicais, serpentes e insetos perigosos, e ataques dos índios que não toleravam o invasor das suas terras.

 

No tratamento inteligente e pacífico com que enfrentou os indígenas, Rondon celebrizou-se ao mesmo tempo por sua coragem e humanidade. Ficou para sempre no coração dos brasileiros e seu lema: “Morrer, se necessário; matar nunca”.

 

De 1900 a 1906, com o estudo de 4.100 quilômetros de rotas, foram construídos 1.746 km de linhas telegráficas. Em 1914, pela Expedição Científica Roosevelt-Rondon (com a participação de Theodore Roosevelt, ex-presidente dos Estados Unidos) vastas regiões foram desbravadas na Amazônia. Rondon retornou em seguida à selva, reassumindo a chefia da Linha Telegráfica de Cuiabá ao Madeira, e nos oito meses seguintes foram construídos 372.235 metros de linha, com uma média mensal de 46 km.

 

O Congresso das Raças, que se reuniu em Londres em 1913, elogiou entusiasticamente a obra de Rondon, ressaltando que tal obra deveria ser imitada “para honra da civilização universal”.

 

Criada em 1927 a Inspeção de Fronteiras, foi entregue a Rondon a sua chefia e organização. Na inspeção e levantamento das fronteiras com a Venezuela, Colômbia e Guianas Francesa e Inglesa, Rondon utilizou todos os meios de transporte. Uma viagem ininterrupta de 257 dias, na primeira fase dos trabalhos, comprova o seu devotamento ao dever, seu amor à pátria e também seu vigor físico e moral. Foram vencidos 10.702 km por via marítima e fluvial; 1.801 km a cavalo; 2.917 km em automóvel; l.896 km em estrada de ferro, perfazendo um total de 17.316 quilômetros, Rondon tinha então 62 anos.

 

Em 1934, Rondon foi convocado pelo Presidente da República para presidir a Comissão Mista Peru-Colômbia. Esses dois países estavam em dissídio pela posse da região de Letícia, e durante quatro anos (dos 69 aos 72 anos de idade) o infatigável Rondon, apesar de ter grave doença numa vista, dirigiu os trabalhos até a total confraternização de ambas as nações.

 

Recusando então receber a subvenção governamental que lhe era devida por sua missão no estrangeiro, ofereceu e doou toda a quantia para a construção de uma escola na sua cidade natal, Mimoso.

 

Quando completou 90 anos, o Congresso Nacional conferiu-lhe a patente de marechal. Pelo trabalho humanitário junto aos índios, que insistia em serem tratados com compreensão e bondade, foi cognominado “Grande Chefe” pelos silvícolas e “Marechal da Paz” pelos civilizados.

 

Rondon contribuiu largamente para o conhecimento etnológico, antropológico, lingüístico, geológico, botânico e zoológico do interior do Brasil, e ajudou a numerosos cientistas nas suas pesquisas. A Comissão Rondon encaminhou ao Museu Nacional 3.380 artefatos indígenas (obtidos mediante trocas ou doação), 8.837 espécies de plantas, 5.676 espécimes animais, e descobriu e assinalou minas e jazidas de ferro, manganês, etc.

 

Falecido em 19 de janeiro de 1958, com 93 anos de idade, as referências da imprensa e dos estudiosos o reconheceram merecedor de diversos honrosos títulos, tais como Protetor dos Índios, Humanista e Pacificador, Civilizador do Sertão, o Apóstolo, e assim por diante. Como homenagem do Governo do Brasil, em 1959 o nome do Território de Guaporé mudou para o de Rondônia. Um escritor gaúcho disse a respeito dele: “O que me fascina é o seu espírito, o seu princípio de amor, a sua violência de amor”. Seu nome figura entre outros de grandes exploradores, como aquele que mais se avantajou em terras tropicais.

 

O grande poeta Carlos Drummond de Andrade, em seu poema “Pranto Geral dos Índios”, escreveu “Agora dormes / um dormir tão sereno que dormimos / nas pregas de teu sono / Os que restam da glória velha feiticeiros / oleiros cantores bailarinos / estáticos debruçam-se em teu ombro / ron ron ron ron / repouso de felinos toque lento / de sinos na cidade murmurando / Rondon / Amigo e pai sorrindo na amplidão.

 

O Marechal Rondon é o Patrono das Comunicações no Brasil. O Dia das Comunicações, 5 de maio, é o dia do seu nascimento. Lembremos nesta data o trabalho incansável e heróico desse brasileiro, bandeirante moderno, construtor da união e da paz entre os filhos do Brasil.

  

 

Colaboração: IVAN DORNELES RODRIGUES - PY3IDR 

email:  ivanr@cpovo.net 

 


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