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ASSOCIAÇÃO
BRASILEIRA DE RÁDIO AMADORES - ABRA
Em
06 de março de 1926, com a presença de mais de cinqüenta amadores
de transmissão em onda curta de vários estados brasileiros,
destacando-se entre eles os Drs. Alberto Couto Fernandes e João
Valle, respectivamente sub-diretor técnico e engenheiro da Repartição
Geral dos Telegraphos, realizou-se, na sede da Rádio Sociedade do
Rio de Janeiro, a primeira convenção de radio transmissão que
resultou na fundação da Associação Brasileira de Rádio Amadores
- ABRA, primeira entidade que congregou os radioamadores
brasileiros.
O
Rio Grande do Sul esteve presente nesta convenção com o amador
Tyrteu Rocha Vianna (3QA), de São Francisco de Assis-RS.
Aberta
a sessão pelo Doutor Carlos Gooda Lacombe (1AC) foram por ele
expostos os fins da reunião. Em seguida foi aclamado o Sr. José
Jonotskoff de Almeida Gomes (1AA) para presidir os trabalhos, o qual
convidou para seus secretários os Srs. João Sampaio Góes (2AF),
de São Paulo e Pedro dos Santos Chermont (1AD), do Rio de Janeiro.
Depois
de longa discussão, foram aprovados os Estatutos redigidos pelo Dr.
Gentil Pinheiro Machado (1BG) e escolhido o nome de Associação
Brasileira de Rádio Amadores para a novel agremiação.
A
diretoria ficou assim constituída:
Presidente:
Demócrito L. Seabra (1AT)
Secretário:
Gentil Pinheiro Machado (1BG)
Tesoureiro:
Manoel de Macedo (1BE)
Após
o advento do Decreto nº. 16.657, de 05 de novembro de 1924,
sancionada pelo Presidente da República Arthur Bernardes, que
permitiu que as estações receptoras pertencentes a qualquer
pessoa nacional ou estrangeira atuassem livremente
sujeitando-se ao cumprimento dos dispositivos legais
regulamentadores da matéria, se tornou necessário uma entidade que
congregassem os amadores de transmissão em onda curta. Assim surgiu
a ABRA.
O
Decreto nº. 16.657 foi o resultado de uma campanha que Edgard
Roquette-Pinto (1AG) vinha fazendo pelo livre exercício da
radiofonia.
A
partir daí o radioamadorismo foi crescendo e, em junho de 1926, a
Revista Antenna publicava a relação das estações transmissoras
em onda curta existentes no então Distrito Federal:
José
Jonotskoff de Almeida Gomes |
1
AA |
10
watts |
Godofredo
Damm |
1
AB |
5
watts |
Carlos
Gooda Lacombe |
1
AC |
500
watts |
Pedro
dos Santos Chermont |
1
AD |
50
watts |
Victoriano
Augusto Borges |
1
AE |
50
watts |
José
Cardoso de Almeida Sobrinho |
1
AF |
20
watts |
Edgard
Roquette-Pinto
|
1 AG
|
5 watts
|
Harold
May
|
1 AH
|
50 watts
|
Elvan
Costa Guimarães
|
1 AI
|
10 watts
|
João
E. do Lago
|
1 AJ
|
5 watts
|
Cid
Santos
|
1 AK
|
50 watts
|
Mário
Liberalli
|
1 AL
|
5 watts
|
Alberto
Régis Conteville
|
1 AM
|
10 watts
|
Waldemar
Leite Aguiar
|
1 AN
|
50 watts
|
Fernando
N. de Andrade Costa
|
1 AO
|
20 watts
|
Newton
de Barros Ignarra
|
1 AP
|
50 watts
|
Mário
Barbedo |
1 AQ |
50 watts |
Joaquim
Paula Rosa Júnior
|
1 AR
|
10 watts
|
Francisco
Penalva Santos
|
1
AS
|
20
watts
|
Demócrito
L. Seabra
|
1 AT
|
50 watts
|
Ant.
Fer. da Costa Júnior
|
1 AU
|
10 watts
|
Antônio
C. da Silva Lima
|
1
AV
|
50 watts
|
João
Victoriano Pareto
|
1 AX
|
10 watts
|
Yvonne
Moorby
|
1 AY
|
10 watts
|
Juvenil
Pereira
|
1
AZ
|
50 watts
|
Vasco
Abreu
|
1 AW
|
50 watts
|
Narciso
dos Anjos Lima
|
1 BA
|
50 watts
|
Raul
Kennedy de Lemos
|
1
BB
|
100 watts
|
Raul
Rerrogain
|
1 BC
|
50 watts
|
Roberto
Leite Villela
|
1 BD
|
10 watts
|
Manoel
de Macedo
|
1
BE
|
5
watts
|
Godofredo
Mesquita
|
1 BF
|
10 watts
|
Gentil
Pinheiro Machado
|
1 BG
|
10 watts
|
Em
junho de 1927 os radioamadores já eram em número de 94, assim
distribuídos: Distrito Federal - 55; Rio de Janeiro - 4; Espírito
Santo - 1; São Paulo - 24; Paraná - 3; Rio Grande do Sul - 2 (Tyrteu
Rocha Vianna (3QA) e Pedro Carlos Schuck (3AA)); Pernambuco - 5;
Maranhão - 2; Pará - 1. Esta relação, com os nomes, indicativos
e endereços, foi um trabalho do Vasco Abreu - 1AW.
A
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE RÁDIO AMADORES - ABRA, em 13 de
fevereiro de 1933, se fundiu em REDE BRASILEIRA DE RADIOAMADORES -
RBR.
Atualmente
a entidade representativa dos radioamadores brasileiros é a LABRE,
fundada em 02 de fevereiro de 1934, que é o resultado da fusão da
Liga de Amadores Brasileiros de Rádio Emissão - LABRE, que existia
e funcionava em São Paulo, fundada em 12 de fevereiro de 1931, com
a Rede Brasileira de Radioamadores - RBR, que existia e funcionava
no Rio de Janeiro, desde 13 de fevereiro de 1933, prevalecendo para
a nova associação o nome da entidade paulista.
No
Rio Grande do Sul, desde 1932, com sede em Porto Alegre, existia o RÁDIO
CÍRCULO DO SUL, primeira entidade de radioamadores em nosso Estado,
que com o advento da fusão e a conseqüente criação da LABRE,
resolveu juntar-se a esta.
Outras
associações surgiram e se filiaram a LABRE. No Paraná, com sede
em Curitiba, surgiu a Sociedade Paranaense de Rádio; e em São
Paulo, o Clube Paulista de Rádio Emissão e o Rádio Círculo
Bandeirante.
O
eficiente trabalho dessas associações, naquela época, espelha-se
claramente nestes números: em setembro de 1934 as estações de
radioamadores registradas eram em número de 139; em novembro de
1935 chegavam a 571. Um aumento de 310%, em um ano e dois meses!
Atualmente
os radioamadores estão em todo o canto do nosso imenso Brasil,
sempre prontos para servir, como diz o lema: “QUEM NÃO VIVE PARA
SERVIR, NÃO SERVE PARA VIVER”.
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