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A
ORIGEM DO S.O.S.
Este sinal internacional
de perigo ou aflição é conhecido
em todo o mundo, embora circulem
diversas versões quanto ao seu significado.
A mais corrente é que esse trigrama (sigla de três caracteres
reunidos) são iniciais de três palavras inglesas duma prece que os
náufragos, julgando próximo o seu fim, dirigiam a Deus: "save
our souls" ( salve as nossas almas ).
Embora muito romântica e sentimental, esta versão é completamente
errada. A realidade é muito mais simples e trivial como explicou o
comandante francês Chaupour em «Le Moniteur de la Flotte e le
Journal du Matelot (réunis)», de 7 de Março de 1925, quando da
adoção desse sinal para os navios.
Reproduzimos a parte do seu artigo que mais interessa ao caso (TSF =
transmissão sem fio):
" ... antes da aparição da
TSF nas transações
comerciais, utilizam-se já, desde há
muito, as
comunicações telegráficas através dos mares por cabos
submarinos, sistema que havia atingido um alto grau de aperfeiçoamento.
Existiam convenções internacionais muito claras sobre a matéria e
empregava-se uma série de sinais compostos de duas letras, uma das
quais era sempre o "Q", que é das menos usadas na
linguagem corrente. Entre esses sinais, os operadores serviam-se do
CQ para alertar os operadores das estações ao longo da linha, que
deviam dar atenção à mensagem que se ia passar.
A maior parte das convenções existentes foi adotada pela nova
companhia Marconi, quando esta começou as suas operações por mar,
em 1902. A chamada CQ adapta-se particularmente bem à TSF (que
espalha as suas ondas em todas as direções) e cada navio devia
acusar a recepção e repeti-la pelo emissor, tal como se fazia no
sistema por cabo.
À medida que a TSF se desenvolvia no mar, deu-se conta que o CQ já
não era adequado, resultando a regra geral seguinte conhecida pelo
nome de "Circular nr.57", editada pela Marconi em 7 de
Janeiro de 1904:
«Chegou ao nosso conhecimento que a chamada CQ ("call quest"
a todos os postos), satisfazendo casos vulgares, não exprimia
suficientemente o caracter de urgência indispensável a um sinal de
perigo. Por isso, a partir de 1 de Fevereiro de 1904, o sinal a usar
pelos navios pedindo assistência será CQD, o qual não deve ser
emitido senão por ordem do comandante do navio em perigo, ou por
outros navios ou postos retransmitindo o sinal desse navio. «Todos
os postos receptores devem estar compenetrados do caráter
importante e urgente dessa chamada e fazer tudo para a passar o mais
rapidamente possível.
«O seu emprego injustificado implica graves sanções contra o
prevaricador.» O texto original dessa famosa ordem geral faz hoje
parte dos importantes arquivos da Marconi como se fosse um objeto de
museu.
Em Julho de 1908 o sinal CQD foi substituído por SOS segundo decisão
da Convenção Radiotelegráfica Internacional. Esta mudança
foi devida, sobretudo, à simplificação da combinação, pouco
usual, de pontos e traços de todos os outros gêneros de chamadas.
No sistema Morse exprime-se pelos seguintes sinais:
três pontos três traços três pontos (...---...)
O sinal SOS foi adotado pois, por razões essencialmente técnicas:
simplicidade de manipulação na emissão, simplicidade de leitura
na recepção, impossibilidade de confusão com outros sinais em
serviço.
As explicações literárias (save our souls, save our sink ...) são
invenções posteriores à adoção do sinal e não correspondem à
verdade. Podem no entanto servir de mnemônicas." Todavia, é
certo que graças a elas S.O.S. como sinal de pedido de socorro,
saiu do uso dos técnicos e é hoje conhecido por parte importante
da população do globo.
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Colaboração:
Airo Collere Moraski - PY5IE |
Fonte:
ANC |
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