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 CONTROLE DA POTÊNCIA NA TRANSMISSÃO

    

  

CONTROLE DA POTÊNCIA NA TRANSMISSÃO

   

Após a leitura de várias revistas, como QST , CQ e Radcom, teço alguns comentários que considero interessantes a todos que começam a operar suas estações.

  

  

POTÊNCIA X DISTÂNCIA

   

A distância que chegam as ondas de rádio não tem nada a ver com a potência que se utiliza. Quando um transmissor utiliza qualquer potência superior a zero watts, o sinal viaja a qualquer lugar que permita a propagação. O sinal chegará mais forte em uns lugares e mais fraco a outros, inclusive pode chegará muitíssimo fraco para que possa ser útil em alguns receptores. Aumentar a potência não fará que seus sinais cheguem mais longe , mas sim mais fortes. O truque consiste em utilizar a potência do transmissor que faça que os sinais sejam audíveis ( copiáveis ) no lugar onde se queira chegar. A potência a ser usada depende muito mais das condições de propagação e do tipo de antena que se utiliza. Também depende do tipo de sinal que se deseja enviar e da situação da estação no outro extremo.

  

  

A POTÊNCIA DE TRANSMISSÃO VISTA PELO RECEPTOR

  

Considerando o ponto de vista de uma boa recepção, a regra da mínima potência se poderia enunciar assim: Utiliza a potência suficiente em transmissão para que os sinais sejam diferentes do ruído no receptor.

  

O ruído pode ser de várias formas. Se por exemplo se desconecta a antena do equipamento e se aumenta o volume, se escutará um ruído. Se os sinais que chegam não são suficiente fortes para superarem esse ruído, não haverá comunicado. Conectamos novamente a antena; agora ouviremos o ruído da faixa ( estáticos, ruído térmico e outros tipos de ruídos provocados pela indústria, automóveis etc. ). Todo esse ruído sobrepassa o que falamos no início, temos mais ruído que sinal . Existem também outros tipos de ruído procedentes de outros radioamadores, e de aparelhos elétricos que são chamados de interferência e que são maioria nas faixas de radioamadores. Se os sinais que chegam , não sobrepões a essas fontes interferentes os QSO s não existirão! Ademais , devemos considerar o tipo de informação que se envia e recebe. As emissões tipo cw, ssb ,rtty e Fm ocupam quantidade diferente do espectro. Assim , por exemplo , em cw a energia estará concentrada em um espaço relativamente estreito na faixa . Uma transmissão em ssb ,por outro lado, estende sua energia a uma largura de 2,5 kHz.

  

Quando se está sintonizando a freqüência exata do transmissor, o receptor capta o ruído e o sinal transmitido. O truque consiste em maximizar a quantidade do sinal transmitido e minimizar a quantidade de ruído captado. Para fazer isso, a largura de banda do receptor,(seletividade) deverá adaptar-se a largura de banda do transmissor. Uma excessiva seletividade no receptor não aproveita a potência do transmissor, porque o receptor não a recebe, e ao contrário , uma seletividade muito larga, captará toda energia da transmissão , mas também adicionará muito ruído . Os transceptores de FM vhf e uhf tem sua seletividade geralmente otimizada e não se pode ajustar, porém se v/c está operando entre 160 e 10 metros, o transceptor provavelmente terá um certo ajuste na seletividade. Para provar, temos que tentar estreitar a seletividade do equipamento quando estejam presentes ruído e interferências. Desde o ponto de vista do receptor, podemos entender que incrementar a potência do transmissor nem sempre é o melhor caminho para combater o ruído.  Se por exemplo , um componente defeituoso faz com que seu receptor produza chiado, será mais conveniente consertá-lo do que pedir que a outra estação aumente a potência. Se um termostato de aquário ( outro exemplo ) está defeituoso, gera ruído elétrico, então é mais fácil repará-lo do que pedir a outra estação que aumente a potência.

  

As estações que transmitem e recebem podem aproveitar o uso de sua potência em transmissão de uma outra forma muito importante: utilizando antenas direcionais ( antenas que dirigem a energia ao local adequado e recebem melhor os sinais de onde eles saem ). Um transmissor usando uma antena “não direcional “,pode trabalhar com igual pobreza em todas as direções. Uma antena que reforça os sinais transmitidos e recebidos, comparada com outra antena, se usa dizer que a primeira tem mais ganho . Uma antena direcional, transmite mais energia ( concentra ) a seu destino e em contrapartida também concentra mais energia quando em recepção que uma antena de menor ou nenhum ganho, obtendo assim , uma melhor relação sinal/ruído , pois os sinais e os ruídos indesejáveis vindos de outras direções são atenuados. Um refletor de flash em uma máquina fotográfica parece fazer aumentar o brilho da lâmpada, mas na verdade ele apenas concentra a luz e a envia como um feixe . A lâmpada em si continuou com a mesma potência ! A antena , por essa analogia, incrementa a potência irradiada efetiva da estação sem Ter que aumentar a potência do transmissor. Em recepção, o ganho de antena faz com que as estações pareçam mais fortes porque ela recolhe mais energia oriunda da transmissão.

  

As antenas direcionais , são ferramentas de grande valor porque permitem melhorar o uso da potência de transmissão para se conseguir melhor relação sinal/ ruído. A direcionabilidade ajuda a não enviarmos sinais a lugares onde não queiramos. Ademais ocorre também que outras estações que porventura estejam utilizando a mesma freqüência não sejam interferidas e nem causem interferências . Mas se isso é assim , porque todos os radioamadores não as utilizam ? Uma razão óbvia é o preço, porém outra razão é que nem sempre é prático, já que por exemplo as antenas direcionais para as freqüências abaixo de 10 MHz são muito grandes e também precisam de grandes torres e rotores para suportá-las.

  

  

MUITA POTÊNCIA, MUITA LUZ

  

Uma folha de papel pode comunicar idéias pelo simples fato de haver tinta sobre ele. Somos capazes de entende-lo porque se pode distinguir o que é tinta e o que é papel e onde se situa cada qual. A tinta deverá ser suficientemente escura e o papel suficientemente claro. O papel não emite luz, temos que iluminá-lo, e se a luz não é suficientemente forte, teremos dificuldade de distinguir a tinta do papel, ou seja, não há suficiente contraste e então torna-se difícil o entendimento do que está escrito no papel.

  

Com certo esforço podemos até ler algo até em situações de pouca iluminação. Mas, se a luz é pobre, temos que nos acercar mais do papel, abrimos mais os olhos ou inclinamos o papel na direção da fonte de luz para que se projete sobre ele maior quantidade da pouca já existente.

  

Porem , se iluminarmos adequadamente o papel, seguramente o leremos sem dificuldade.

  

A recepção de sinais de rádio se parece muito com um texto impresso. Os sinais que desejamos ouvir são a tinta . Os ruídos são como o papel. A menos que os sinais sejam suficientemente fortes para contrastar com o ruído, nossos ouvidos não serão capazes de “ler “ os sinais.

  

Quando nos custa um grande esforço ler o que está escrito em um papel, sob condições adversas de luz, temos que ler varias vezes o texto até o entendermos . Igual acontece com o ruído na recepção que não nos deixa entender o que diz o nosso correspondente, perdemos por causa disso o “fio “da conversa ou até informações importantes, aí temos que pedir para que seja repetida a informação outras vezes. Algumas formas de transmissão como o amtor e o packet fazem  isso. Enviam um ACK até que o outro lado esteja OK . Só quando temos que acender uma lâmpada para aumentarmos o contraste da tinta sobre o papel, temos que indicar a outra estação que aumente a potência de sua transmissão para que os sinais sobreponham os ruídos. Do mesmo modo, se utilizamos uma lâmpada muito forte para lermos, é como subirmos a potência acima do ponto necessário para ser entendido.

  

Com isso queremos dizer que: Utilize-se a mínima potência necessária para conseguir o contato desejado. O mesmo é dizer que seja utilizada iluminação para fazer com que a tinta seja suficiente  contrastada sobre o papel.

  

  

OBTENDO O MÁXIMO DO TRANSMISSOR

  

A primeira providência seria ajustar a transmissão como descreve o manual. Isso é especialmente importante em transmissões em SSB e dados, porque a transmissão pode ser ao mesmo tempo forte e incopiável. Muitos equipamentos vem pré ajustados a vários níveis de potência. É o caso dos transceptores de VHF e UHFO. Os transmissores de HF , em sua maioria , podem ser ajustados desde 1 a 100 watts. Um ou mais controles marcados como RF POWER , POWER OUT ou CARRIER são os encarregados de fazer o trabalho. Em SSB no geral isso não nos permite redução direta de potência o “ganho de microfone” o fará de forma mais imediata. Com os outros controles de potência ajustados ao máximo, é com o ganho de microfone é que se controla juntos a potência e qualidade do sinal enviado.

  

Ainda temos  os controles do processador de voz que tem que ser ajustado com critério. Os processadores, conseguem que os sinais de voz pareçam mais fortes e inteligíveis quando bem manejados. Porem , se o ajuste for mal feito teremos grandes problemas. Não se deve considerar válidas as primeiras tentativas sem monitoração adequada. Se seu rádio não tem monitor, faça as provas com colegas . Usar-se esse recurso sem o total domínio de suas propriedades pode causar mais problemas que benefícios. Utilizar-se da faixa apropriada e seguimento apropriado, serve para preservar uma boa operação, mas utilizar-se de uma faixa erroneamente caracteriza um grade equívoco pois se as condições de propagação não nos permitem , devemos trocar de faixa e não incrementar potência. Sabemos todos que para comunicados locais devemos priorizar as faixas de V e UHF e deixar as faixas de 40 ,80 e 160 metros para os comunicados interestaduais . Atentar ainda que é absurdo nas cidades usar-se o repetidor quando existe a possibilidade de operação simplex.

  

Perguntar ao seu colega como ele nos recebe não é um ato de incomodar ao próximo , mas sim de assegurar que a comunicação será a melhor possível. Mesmo que usemos controles numéricos em nossos rádios, não se deve esquecer da reportagem verbal da recepção , quanto mais nos excedemos em nos fazer inteligíveis, mais energia desperdiçamos. Será também bom  escolhermos o melhor modo de transmissão possível, mesmo que seja um pouco utópico, porem em V e UHF muitas vezes se conseguem melhores resultados em SSB que em FM pela seletividade e a relação sinal/ruído.

  

Reduzir a potência é bom. Se o sinal chega suficientemente bem por cima do ruído, baixar ¼ da potência usada , só será notado no S meter do outro colega sem prejuízo da inteligibilidade. Então porque utilizar força total ? Não há , em situações do boa propagação , diferenças entre usar-se 50 ou 100 watts . Em VHF devemos também utilizar baixa potência, a menos que nos seja solicitado o contrário.

  

As experiências com antenas, como comentamos, mudar para uma antena direcional pode tornar tudo diferente. Mãos a obra, menos potência e melhores antenas !

   

 

 

Colaboração:  Dirceu C. Cavalcanti - PY5IP  

email: PY5IP@50mhz.com  

 


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