Aconteceu comigo

PT2TF – TERESA ( THEREZINHA FÉLIX CARDOSO )

Em 1974, morava eu na Vila Militar, no Rio, quando recebi a visita de uma amiga de infância agora residente em São Paulo.

Chegou Lisa, em companhia da amiga que a hospedava e que tinha grande curiosidade pelo meu hobby, o radioamadorismo. Depois de um chá agradável levei-as ao shack para uma rápida demonstração dos equipamentos em operação.

Enquanto eu ia girando o dial me veio a pergunta-pedido sobre um possível contato com um “certo” hospital em Boston, aonde, naqueles dias, se operava uma mocinha de relações das visitantes. Logo busquei explicar que é preciso que se estabeleça, a priori, uma freqüência, um dia, uma hora para encontros que não sejam aleatórios, da mesma forma como é necessário para que duas pessoas consigam se encontrar numa cidade… O dial girando à esmo (na época eu não era ligada a redes internacionais) e do alto-falante me chega um CQ-DX com RS de 5/9 e QRM 0. A título de demonstração para as duas atentas visitantes respondo ao CQ do colega que logo identifiquei ser dos USA… Estabelecido o contato, a troca de sinais, informação quanto a nomes, passamos a complementar QTH para remessa de QSL.

Pasmem, mas era Boston, Massachussets… Sentia a expectativa das duas amigas e não hesitei em solicitar do colega a possibilidade de um eventual telefonema sobre o estado de saúde de uma brasileira que se encontrava internada no Centro Cirúrgico local…

A expectativa, da qual também eu me contagiara, tornou-se quase que em incredulidade quando o colega nos disse de imediato: “Miss X esta bem, acabo de vê-la, fiz parte do grupo que a operou ontem… 73!… 88!…”.

No radioamadorismo, freqüentemente o impossível acontece…

Colaboração: IVAN DORNELES RODRIGUES – PY3IDR

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